segunda-feira, 2 de agosto de 2010
CONTRA A CORRENTE
A recente polémica criada pelas declarações da Ministra da Educação sobre o fim dos "chumbos" dos alunos, entende-se porque estas foram feitas sem o devido enquadramento.
Se olharmos para a realidade de uma forma mais desapaixonada, podemos verificar que o enunciado feito pela Ministra corresponde mesmo à nossa realidade.
Todos os agentes educativos sabem que os "chumbos" ou "retenções" não vão permitir que o aluno fique melhor no ano seguinte.
Em regra, o insucesso tende a repetir-se e o estigma com que vai marcar o aluno vai contribuir para a baixa das suas expectativas, para algum desinvestimento na escola e para que os restantes agentes educativos passem a assumir como "normal" os maus resultados que o aluno registe.
Na verdade isto é o que nós temos e estamos todos de acordo que não serve, não está a responder ao problema e não está a melhorar o nível de desempenho dos nossos alunos.
Diversos estudos internacionais mostram que somos dos países que mais chumbam alunos e somos dos piores em resultados da educação.
As declarações da Ministra caíram como gasolina no fogo.
É obviamente possível fazer uma lei para acabar com os chumbos mas parece-me uma ideia completamente estúpida e não creio que fosse isso que a Ministra tentou dizer.
Se a ideia for enquadrar os alunos em dificuldades, assumir que cada aluno é uma pessoa e tem direito a aprender à sua maneira, montar uma rede social de apoio que tem forçosamente que ser transversal entre a família, comunidade, escola e professores, então a Ministra tem razão e sim, devemos todos trabalhar para acabar com os chumbos.
Até lá, não basta dizer que o que temos não serve, precisamos olhar para outras experienciais de quem está muito mais avançado que nós e sem medos, copiar o que for preciso.
Mas temos que fazer como eles fazem em tudo, não só para alcançar resultados e depois, a pretexto de um qualquer PEC, cortar de forma cega nos apoios de quem precisa para poder fazer o caminho que outros sem grande dificuldade conseguem fazer.
Veremos o que vai sair.
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Boa perspectiva e boa analise, embora enquanto pai me custe um bocado a aceitar os facilitismos que por ai vou vendo.
ResponderEliminarNa verdade o que temos não serve mesmo.
Devias de falar mais destas coisas e adaptar ás realidades que temos nas nossas terras.