terça-feira, 30 de março de 2010

O SAP DE VIANA QUE NOS FOI TIRADO...





"Utentes do centro de saúde de Valença do Minho, em protesto contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), mantêm-se durante a madrugada na sala de espera da unidade, onde decidiram fazer um piquenique, testemunhou a Lusa..."

Perante esta notícia não pude deixar de me lembrar que o SAP do Centro de Saúde de Viana do Alentejo continua encerrado e que inúmeras pessoas ficam diariamente sem consulta. Em muitos casos, estas acabam por se dirigir a Évora, suportando os custos da deslocação.

Por parte das autoridades de saúde nem uma palavra.

Por parte de quem localmente poderia tentar ajudar a que esta causa não fosse esquecida, nem uma palavra.

Resta a memória de um Centro de saúde velhinho, do qual ninguém tem saudade, mas onde havia Sap, esse sim deixou saudades em muitos.

terça-feira, 23 de março de 2010

NEM NA VIDA NEM NA MORTE



Foi e é notícia a existência de diversos casos de Bullying em escolas do nosso País.

Este problema, muito mais frequente do que a generalidade das pessoas pensam, vai evoluindo entre nós, nas nossas escolas, com as nossas crianças e se houver alguma atenção por parte de pais e professores, poderão ser detectados atempadamente alguns sinais que nos devem alertar a todos.

As crianças vitimas de Bullying tendem a ser mais ansiosas, mais depressivas, apresentam sintomas de dores não especificadas, problemas gástricos, problemas de auto-estima e, em situações mais graves, a auto mutilação, os consumos de drogas e álcool, podendo mesmo chegar ao suicídio

Como alerta para quem tiver interesse ficam os principais tipos de Bullying:

-Físico (bater, pontapear, ferir, empurrar, agredir)
- Verbal (apelidos, gozar, chamar nomes, insultar)
- Moral (difamar, caluniar, discriminar)
- Sexual (abusar, assediar, insinuar, violar sexualmente)
- Psicológico (intimidar, ameaçar, perseguir, ignorar, aterrorizar, excluir, humilhar)
- Material (roubar, destruir pertences materiais e pessoais)
-Virtual (insultar, discriminar, difamar, humilhar, ofender por meio da Internet e telemóveis)

Esta actual fase de chamada de atenção para o problema, foi despoletada pelo suicídio do Leandro, uma criança como tantas outras, que se cansou de chamar a atenção, exibir os sinais do sofrimento que lhe estava a ser infligido, e fugiu, saltou para o rio e desapareceu, até hoje.

O Leandro e sabe-se lá quantos mais, passou pela vida e foi para a morte.

O Leandro nunca foi encontrado por nós, pela sociedade que o devia cuidar.

Não o encontrámos na vida nem o encontramos na morte.

quinta-feira, 18 de março de 2010

NÃO SE TRATA DE BOM SENSO.


Coloquei há um tempo atrás a pergunta porque seria que o PS estava a negociar o Orçamento de Estado com a Direita sendo supostamente um partido de esquerda.
Uma reacção de um comentador nesse texto foi a de dizer que era uma questão de bom senso. Não me parecia mas aguardei para ver as conclusões.

Agora que o OE está aprovado, confirmei o que pensava na altura.

Orçamento de Estado e PEC são duas faces da mesma moeda no caminho do empobrecimento da generalidade dos cidadãos Portugueses, por oposição a uma meia dúzia de privilegiados (os de sempre).

As opções de sacrificar a função pública e os funcionários são a receita mais básica e a que frequentemente é usada quando é preciso apertar o cinto.
A onda de privatização que ai vem vai vender os poucos anéis que restam e se calhar vão no pacote alguns dedos incluídos.

São muitos os "brindes" que o OE e o PEC contêm mas uma cereja no topo do bolo foi anunciada ontem com o perdão fiscal às empresas que tenham escondido os seus capitais em Offshores e desde que paguem 5% dos impostos que deveriam ter pago. Isso mesmo 5%.

Não consta que os trabalhadores paguem apenas 5% dos seus impostos.

Não consta que todos paguem apenas 5% das dívidas aos bancos.

A resposta à pergunta que formulei é bem diferente daquela que me sugeriram, e nada tem que ver com bom senso.

O OE e o PEC são aprovados pelo PS e pelos partidos de direita porque são documentos cuja matriz ideológica é de direita e entroncam nas mais aguerridas doutrinas neoliberais.

Mário Soares, Ana Gomes, João Cravinho e muitas outras vozes de dentro do PS, perceberam isso e resolveram não calar.

A consequência não deverá ser nenhuma, como é normal acontecer, mas pelo menos não são apenas os outros a contestar.

A verdadeira calamidade com que este País se está a confrontar é o desemprego e para isso as receitas contidas nos dois documentos que refiro são a de criar condições insustentáveis para quem se encontra nessa situação.

Não, não há aqui qualquer bom senso.