quinta-feira, 18 de março de 2010

NÃO SE TRATA DE BOM SENSO.


Coloquei há um tempo atrás a pergunta porque seria que o PS estava a negociar o Orçamento de Estado com a Direita sendo supostamente um partido de esquerda.
Uma reacção de um comentador nesse texto foi a de dizer que era uma questão de bom senso. Não me parecia mas aguardei para ver as conclusões.

Agora que o OE está aprovado, confirmei o que pensava na altura.

Orçamento de Estado e PEC são duas faces da mesma moeda no caminho do empobrecimento da generalidade dos cidadãos Portugueses, por oposição a uma meia dúzia de privilegiados (os de sempre).

As opções de sacrificar a função pública e os funcionários são a receita mais básica e a que frequentemente é usada quando é preciso apertar o cinto.
A onda de privatização que ai vem vai vender os poucos anéis que restam e se calhar vão no pacote alguns dedos incluídos.

São muitos os "brindes" que o OE e o PEC contêm mas uma cereja no topo do bolo foi anunciada ontem com o perdão fiscal às empresas que tenham escondido os seus capitais em Offshores e desde que paguem 5% dos impostos que deveriam ter pago. Isso mesmo 5%.

Não consta que os trabalhadores paguem apenas 5% dos seus impostos.

Não consta que todos paguem apenas 5% das dívidas aos bancos.

A resposta à pergunta que formulei é bem diferente daquela que me sugeriram, e nada tem que ver com bom senso.

O OE e o PEC são aprovados pelo PS e pelos partidos de direita porque são documentos cuja matriz ideológica é de direita e entroncam nas mais aguerridas doutrinas neoliberais.

Mário Soares, Ana Gomes, João Cravinho e muitas outras vozes de dentro do PS, perceberam isso e resolveram não calar.

A consequência não deverá ser nenhuma, como é normal acontecer, mas pelo menos não são apenas os outros a contestar.

A verdadeira calamidade com que este País se está a confrontar é o desemprego e para isso as receitas contidas nos dois documentos que refiro são a de criar condições insustentáveis para quem se encontra nessa situação.

Não, não há aqui qualquer bom senso.

6 comentários:

  1. Companheiro, a verdade é que o PS em 6 meses já provou ser pior que os outros em 16 anos e esta de mandar a rapariga para a biblioteca de Aguiar não lembrava ao diabo.
    Se era esse o caminho porque não em Alcaçovas onde há biblioteca?
    E o posto de turismo das Alcaçovas está fechado, não poderia esta pessoa abri-lo?
    Parece mesmo um castigo e desses não havia no tempo dos outros, mesmo que os Firminianos os queiram inventar. Tambem la estão os Xicos Cardosos e os Bifes e os Britos. Então não havia razões para isso? Havia mas os outros não foram como vocês.

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  2. Concordo com o que escreve e tenho pena que esteja apenas a olhar para o Pais e a não falar do Concelho de Viana onde tanta coisa deveria estar a ser dita e não está.
    A cdu deveria estar a trabalhar numa verdadeira oposição em vez de dormir nas reuniões de Câmara. Chamem pessoas novas que ai andam e disponiveis para trabalhar. Tenham coragem de inovar e vão ver que o caminho funciona.

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  3. São escandalosas as medidas anunciadas e vão rebentar com o que ainda resta do nosso tecido produtivo.
    Os nossos eleitos locais não terão opinião sobre estas coisas? E têm opinião sobre alguma coisa? Desde a campanha quando resolviam tudo que não os ouço.

    Deixo uma sugestão para o limpar o Concelho : Passem pela Srª Daires e limpem oas dezenas de garrafas de agua e pacotes de sumo que lá estão desde o corta mato escolar. A melhor ajuda que podem dár, será não sujar.

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  4. O papel dos extremistas da cãmara está a funcionar. Nunca a CDU tratou os trabalhadores como o P.S. está a tratar. Não há dinheiro, o país está em crise e o Sr. Bernardino, que deveria perceber um pouco de economia e gestão, está a arrumar quadros com vencimentos elevados em bibliotecas e afins só porque são de outra cor politica. Quntos PSD e quantos PS o Estevão meteu na Câmara. Administrativos e Técnicos quase todos. E o que fez ao Sr. Bife, e ao Sr. Brito, exemplos de trabalho e competência. É uma vergonha como o Bernardino está a ser usado por esta gentalha.

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  5. Quando há um tempo atrás me referi á questão da negociação do OE á direita como sendo uma opção de bom senso, emiti apenas a minha opinião circunstancial de tempo. Penso que o bloco central tem uma responsabilidade acrescida para negociar o futuro os portugueses, até porque obteve a maioria dos votos. A verdade é que a montanha pariu um rato, principalmente no que diz respeito ao relançamento da economia, o mercado está mais contraído, há menos trabalho e menos regalias, começam a fazer-se notar cada vez mais as assimetrias e a incapacidade para lidar com a grave situação financeira da maioria das pequenas e médias empresas. O sacrifício da função pública era inevitável, é quem mais consome os parcos recursos do país e que continua a obter níveis de produtividade muito abaixo da média, muito por culpa da fraca dinâmica dos dirigentes. As privatizações são um caminho inevitável, ou fazemos parte do mercado global ou estamos fora e encetamos o caminho inverso, tenho que concordar que esta medida vai hipotecar de alguma forma o futuro do país, pois não houve nem tempo nem politica que nos permitisse hoje sermos uma economia de mercado com condições competitivas, logo, vamos vender para pagar contas e mais nada, os valores obtidos apenas servirão para tapar buracos… o marasmo deverá permanecer.

    Parece-me no entanto algo absurdo que fale em doutrinas neoliberais, quando está mais que comprovado que as doutrinas cooperativistas de estrela no peito estão comprovadamente mortas, e são cada vez mais uma utopia, pena que para isso se tenha sacrificado o futuro e o desenvolvimento de vários países e respectivas populações.

    Concordo consigo quando me diz que o OE é mau, nas questões do desemprego e neste PEC que pode ser a gota de água no que resta da paciência dos portugueses que apesar de desempregados e mal pagos, não imaginam no barco em que navegam.

    O que me parece é que o porão já está a meter água á muito tempo, o barco está a ir ao fundo e agora aparece um bote salva vidas do Partido Comunista Português onde se pode ler: - “Entrem, somos a salvação.”

    Prudentemente os portugueses, continuarão a tirar a água do porão (a balde), porque sabem que no dia que tentarem saltar pata o bote do PCP, não vão caber e no caso de se aventurarem, terão que colectivamente saltar borda fora, para coordenadamente baterem os pés para fazer o barco andar. Neste bonito exercício sincronizado, deixarão de sonhar e será nomeado um especialista em sincronização que de cima do bote com as mais altas individualidades lhes dirão para onde e como baterão os pés. Chegados a terra, ganharão um manto branco muito quentinho, correrão por prados verdes cheios de erva crescida e obedecerão ao pastor ou ao cão do pastor, conforme os casos.

    Em quaisquer dos casos o futuro é incerto, no entanto eu continuo a pensar que aquele que me permite ter a livre iniciativa e o direito de escolher o meu caminho, de ser rico ou pobre, de sair ou ficar é o mais acertado, vou continuar a tirar água do porão a balde, á espera que apareça alguém que nos fortaleça o casco.

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  6. Tanta conversa não esconde o incomodo dos factos, enquanto a CDU teve em 16 anos 1 (UM) adjunto o PS antes de tomar posse anunciou 1 CHEFE DE GABINETE 1 ADJUNTO E UMA SECRETARIA.
    Estes muitos milhares de euros mensais a mais vão ter que sair de algum lado e pelo que parece será do bolso dos funcionários a quem foi dito que não se pagam horas extras.
    Não se questiona a legitimidade de quem ganhou as eleições, aponta-se o dedo para estas mordomias que parecem excessivas nos tempos que correm. Serão mesmo precisas tantas pessoas de nomeação? estão a gastar dinheiro a mais em poucas pessoas e a esmagadora maioria dos trabalhadores não passa da cêpa torta, tenham cuidado com isso, não vão os trabalhadores perceber que afinal era apenas conversa, como foi.
    Quanto ao adjunto do presidente, ele tem carro seu? Depois das eleições sempre o vi no da Câmara...

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