segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

SEM DINHEIRO PARA PAGAR TRANSPORTE PARA IR AO MÉDICO.


O Jornal da tarde da RTP 1 mostrou hoje uma peça (minutos 32.45/35.43), onde se evidencia as dificuldades de acesso a tratamentos médicos, designadamente do foro oncológico, no Distrito de Bragança.

As pessoas, de várias idades, estão a deixar de ir a consultas e tratamentos porque não têm dinheiro para pagar o transporte.

Se a peça retratasse o Distrito de Évora não seria muito diferente.

A somar às reduções de horários de atendimento em Centros de saúde, aos encerramentos de diversas extensões e centros de saúde, ao encurtar dos serviços que são prestados aos doentes, ao aumentar brutalmente as chamadas taxas moderadoras que são cada vez mais um pagamento de serviço, ao passar a cobrar os serviços que são prestados (injeções, pensos, etc.), a somar a tudo isto, o Governo do PS anteriormente e agora o governo do PSD, estão a cortar no pagamento de transportes a pessoas doentes.

Por cá esta a acontecer algo de muito parecido e com esta medida de "gestão" tão ao gosto dos tecnocratas engravatados, estão a conseguir poupar muito dinheiro.

Pelo caminho, as Associações de Bombeiros estão em situação de pré falência, muitos doentes veem acelerar a degradação da sua saúde e inevitavelmente encurtar a sua esperança de vida porque estão a deixar de ir aos tratamentos que ainda vão conseguindo arranjar por falta de dinheiro para pagar o transporte.

Por cá, quando ainda o Governo anterior começou a implementar estas medidas para "racionalizar" os custos com o serviço nacional de saúde, logo vieram a terreiro a meia dúzia do costume, defender a voz do dono.

Diziam que não ficaria ninguém sem transporte desde que o médico assim o dissesse.

Mentira.

Diziam que as "consultas abertas" não deixariam ninguém sem acesso a médico.

Mentira.

O último caso que eu conheço, aconteceu na 6ª feira passada no centro de saúde de Viana do Alentejo. Nem médico para atender nem ambulância para transportar para Évora, nem dinheiro para pagar o transporte. O doente voltou para casa tal como foi ao centro de Saúde.

Perante estas e outras situações de ataque aos direitos mais elementares das pessoas, precisamos de um poder local que interprete os problemas com que a sua população se confronta e que os acolha, ampliando a sua voz e responsabilizando quem tem que ser responsabilizado.
Ao não o fazer, o poder local, seja por ação ou por omissão, está a prestar um mau serviço às populações que em si confiaram.

Está a contribuir para manter este estado de coisas que não servem a ninguém, a não ser a quem apenas olha para os números e fica muito contente com a contagem dos euros que poupa, mas nunca faz as contas às vidas que ficaram pelo caminho.

Este texto vem da minha mais profunda indignação e interessa a quem interessar.


 

 

5 comentários:

  1. ESTOU PLENAMENTE DE ACORDO
    UM ABRAÇO
    F.M

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  2. O Centro de Saude está a funcionar pior que nunca, tal como o apoio aos doentes e ainda não vi o presidente da camara a mostrar a sua indignação. Lamento que depois de eleitos já tudo lhes passe ao lado, deviam estar ao lado da população, mas como quando os familiares deles precisam vão ao médico a Évora nos carros da camara, o problema não lhes toca.

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  3. todos sabem que o actual presidente nunca foi homem de liderara nada, isso sempre o assustou, agora querem que ele lidere a contestação no Centro de Saude, Escola Dr. Isidoro, e outras situações menos graves?
    Ele arranja todo o tipo de desculpas para se esquivar, diz que devem ser os outros a protestar que ele apoia, mas o que o povo necessita é que ele lidere o protesto, que seja a cara da linha da frente, não que o apoie.

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  4. Sem querer falar de outros mais antigos, os governantes das últimas três fornadas de salvadores da pátria deveriam ser julgados por um sistema judicial que também ele (filho de maiorias maiorais) não padecesse da doença dos seus progenitores. Digo daquele que quis ser cherne e não passou de carapau de corrida; digo do outro que era pinto (calimero), apesar de sousa e deste agora, coelho de aviário à caçador…
    Todos eles, entre muitas, muitas aldrabices, prometeram baixar os impostos, um deles até falou em choque fiscal que, em linguagem de contribuinte, teria o significado de um abaixamento substancial dos impostos. Puro engano: todos aumentaram as contribuições dos cidadãos para o erário público, sem vergonha nem remorso.
    E que argumento de peso utilizaram, que desculpa usaram para português ouvir? Simplesmente desconheciam o estado das finanças públicas e, ali chegados, não tiveram outro remédio se não incumprir o prometido em campanha eleitoral.
    Dito de outra maneira: o eleitorado elege os ignorantes, que depois de eleitos ficam espertos, à custa do eleitorado esperto, que se revelou ignorante no acto de votar…
    Deveriam ser julgados, já o disse. Pela mentira oportunista e também pela aplicação dos euros cobrados a mais em impostos e que deles não sabemos nem nos apresentaram contas.
    Parecem indignados uns com os outros (e às vezes nem tanto) mas tudo não passa do folclore cúmplice de uma igual orientação política e ideológica de gestão capitalista, cujos objectivos não servem, como provado está, os anseios legítimos da maioria do povo português.
    Deveriam ser julgados pelos tribunais, repito, mas como tarda esse julgamento, é tempo de o serem por toda a população que diariamente se vê a braços com a carestia de vida, com o desemprego e mais um vasto rol de malfeitorias sociais que todos os dias são anunciadas.
    Hoje, mais do que há um punhado de anos, a mentira política funciona como marketing operacional de quem governa; sem a mentira não atingem os objectivos a que se propõem.
    Passeiam-se por aí, dizem que as medidas de austeridade são absolutamente necessárias e prometem-nos um ano dos infernos. Desta feita para cumprir a sério porque o mal é sempre para cumprir, salvo se, ao contrário do que eleitoralmente se votou, agora tenha não só a expressão do desabafo ou da indignação, mas da luta firme e colectiva contra a mentira recorrente que nos esmaga, nos ofende, nos explora e, em última análise, nos quer de Portugal para fora.

    Abraço
    João

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